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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Investimento em mineração será recorde no Brasil

A atividade mineradora no país lidera a lista de investimentos previstos no Brasil até 2012. A revelação foi anunciada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), durante seminário em Belo Horizonte.


De acordo com a instituição as mineradoras brasileiras investirão US$ 47 bilhões nos próximos quatro anos, sendo que 59% serão destinados para a cadeia de minério de ferro. Comprovando estar atenta a essa previsão, a SempreViva Mineração, já no segundo semestre do ano passado, investiu R$ 32 milhões somente na renovação da frota e maquinário.

A perspectiva de investimentos da empresa para este ano é 30% maior que no ano passado. O gerente comercial da SempreViva, Cláudio Horta, afirma que estão fechando contratos com novos parceiros e finalizando negociações expressivas nos próximos meses. “A expectativa é fechar 2010 com um incremento nos nossos negócios da ordem de 30%”, conta.

Conforme o analista do setor Joseph Young, o preço do minério de ferro deverá subir mais neste ano, algo entre 8% e 10%, mesmo após três anos consecutivos de alta. Dessa forma, a relação entre oferta e demanda por commodities, principalmente metálicas, tende a seguir pressionada, o que sugere preços ainda em níveis elevados por alguns anos.

Horta acredita que esse cenário seja positivo a ponto de uma afirmativa aparentemente inconcebível algum tempo atrás hoje se tornar lugar comum: “o investimento em infra-estrutura no Brasil voltou a ser um bom negócio. A estabilidade econômica e política, somada à baixa atratividade dos juros internacionais, tornou o Brasil opção para remuneração do capital”.

“O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua diversidade e potencial no segmento de mineração. Há algumas décadas essa realidade tem chamado a atenção de fabricantes mundiais, que se instalam no país. Por conta da demanda crescente originária da China e índia, as mineradoras estão expandindo a produção de bens minerais, gerando maior aquisição de equipamentos que já tem longas filas de espera. Isso cria oportunidade para a chegada de fornecedores novos, inclusive de paises emergentes.”, diz Joseph Young, organizador do evento.

Investimentos em mineração
- US$ 47 bilhões é o investimento na mineração brasileira previsto pelo Ibram até 2012
- US$ 27,8 bilhões é o investimento apenas em minério de ferro
- Existem mais de 500 pedidos de licenciamento ambiental para a abertura de minas em Minas Gerais
- Das 200 maiores minas brasileiras, segundo pesquisa realizada pela Revista Minérios & Minerales, 70 delas estão no Estado de Minas Gerais.
- Novos cursos de Engenharia de Minas estão sendo criados em todo o país, inclusive particulares, pois a demanda por profissionais é muito grande.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MINERAÇÃO: segurança precisa ser reforçada em MT

MINERAÇÃO:SEGURANÇA PRECISA SER REFORÇADA EM MT


Matéria: Carolina Holland/Estado de SP - 17/10/2010


Situação vivida por mineradores do Chile recém-resgatados dificilmente acontece no Estado. Aqui problemas são intoxicação e acidente


Na semana em que o mundo assistiu ao emocionante resgate dos 33 homens que ficaram presos em uma mina a 700 metros de profundidade no Chile, o debate sobre as condições de segurança no setor da mineração voltou à tona. Mato Grosso é o estado campeão nacional na produção de diamante e um dos maiores na extração de ouro.

O risco para os trabalhadores é maior quando as minas são subterrâneas, principalmente pelo perigo de desabamentos. Mas mesmo as minas a céu aberto demandam uma série de cuidados que são muitas vezes negligenciados pelas empresas do setor de extração de minerais.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas do Estado de Mato Grosso, Osmar Nogueira de Souza, diz que ainda há muitas irregularidades relacionadas à segurança que precisam ser corrigidas no Estado.

Acidentes com máquinas e com plantas de operação instaladas nas minas e intoxicação por mercúrio são alguns dos principais perigos aos quais os mineiros se expõem durante o trabalho.

“Os riscos são maiores principalmente quando o mineiro trabalha para empresas de menor porte, como as estaduais. Mesmo com fiscalização, essas são as que mais desrespeitam normas de segurança. Muitas delas sequer oferecem roupas adequadas para a extração de minérios”, aponta o presidente do sindicato.

No entanto, Souza frisou que a maioria dos acidentes de trabalho registrados nos últimos anos não foi grave. “Mas o risco sempre existe, e as empresas locais precisam se conscientizar disso para evitar tragédias”. O sindicalista não soube informar quando foi o último acidente fatal no Estado envolvendo mineiros.

A reportagem tentou contato telefônico com o sindicato das empresas, filiado à Federação das Indústrias, mas não conseguiu.

Mato Grosso tem apenas uma mina subterrânea com condições de operar, em Rio Branco (356 quilômetros a oeste de Cuiabá), de onde é possível extrair cobre e zinco. Mas as atividades no local foram interrompidas há pouco mais de um ano por causa da queda do preço dos minérios no mercado.

“A mineração está sujeita a essas alterações (de mercado). Se um mineral está desvalorizado, a extração dele é interrompida por certo tempo, até que o produto seja valorizado de novo”, confirma o geólogo Marcos Vinícius Paes de Barros, chefe do Departamento de Geologia e Mineração da Metamat (Companhia Mato-grossense de Mineração), que acompanha o setor.

O Estado deve ganhar mais uma mina subterrânea no começo do ano que vem, quando começam a operar as atividades na mina Caraíba, no município de Nova Xavantina. A capacidade de produção será de uma tonelada de ouro ao ano.

MINERAÇÃO EM MT – Os dois destaques do Estado são ouro e diamante. Mas, de acordo com o Departamento Nacional de Produção de Minério (DNPM), também são extraídos níquel, cobre, chumbo, zinco, estanho, calcários, granitos, minério de manganês, minério de ferro, fosfato e cristais de quartzo.

Nos próximos dois anos, Mato Grosso deve ganhar pelo menos mais três minas de ouro. A expectativa é que, com elas, a capacidade de produção suba de pouco mais de 5,5 toneladas para 15 toneladas anuais.

Cerca de 20 empresas estaduais, cinco estaduais e quatro multinacionais atuam com mineração em Mato Grosso. “As grandes empresas de mineração atuantes no Estado têm capital, mercado, pessoal e tecnologia própria. Para as de médio e pequeno porte, a Metamat oferece acompanhamento e incentivo”, afirma Barros.

A maior parte da extração é feita em Poconé, Nova Lacerda e Peixoto de Azevedo, mas há garimpos em outras partes do Estado.

DIAMANTE – Mato Grosso é o maior produtor de diamantes do Brasil, com produção de 120 mil quilates ao ano. Desse número, 70% são extraídos em Juína, no noroeste. Dos 35.935 quilates exportados pelo país no ano passado, 32.930 foram do Estado, de acordo com dados do Departamento Nacional de Produção de Minério.

Por causa da recente crise econômica mundial, o comércio e o preço apresentaram queda. Das quatro empresas que extraem a pedra, três estão com as minas paradas e, das 22 permissões outorgadas em Juína, apenas seis estão em operação. 


Para especialistas, resgate dos mineiros no Chile virou referência

BBC Brasil
14 de outubro, 2010 - 18:24 (Brasília) 21:24 GMT

Para especialistas, resgate dos mineiros no Chile virou referência

Especialistas ouvidos pela BBC elogiaram a operação de resgate dos 33 mineiros presos a cerca de 600 metros de profundidade no Chile, avaliando que ela se transformou em um ponto de referência para outras missões semelhantes.
O resgate, concluído com sucesso nesta quarta-feira, foi levada a cabo com a colaboração de centenas de especialistas, incluindo técnicos em perfuração, equipes de resgate, médicos e psicólogos.
"Esta operação será um exemplo de como fazer bem as coisas", disse à BBC Mundo o médico Pedro Arcos González, diretor da Unidade de Investigação em Emergência e Desastres da Universidade de Oviedo, no norte da Espanha.
"Tudo foi feito de maneira muito profissional e correta", avaliou.
David Seath, membro do Instituto de Mineração de Escócia e ex-chefe do serviço britânico de resgates em minas, disse que a operação estabeleceu um recorde: nunca antes foi possível resgatar um grupo tão grande de mineiros presos por tanto tempo e a tal profundidade.
"Sem dúvida, será estabelecido um ponto de referência na história das operações de resgate", disse o escocês, para quem "a operação foi extraordinariamente complexa" e “repleta de problemas técnicos”.
“Este é, sem dúvida, um dia extraordinário para as comunidades de mineiros em todo o mundo, pela forma como o resgate foi feito, muito profissional.”

Perfuração
Seath destacou a habilidade dos técnicos perfuradores no trabalho de criar o túnel até onde estavam presos os mineradores, por “terem sido capazes de manter a perfuradora na direção correta até o alvo, uma área relativamente pequena 700 metros abaixo da superfície".
"Este é, sem dúvida, um dia extraordinário para as comunidades de mineiros em todo o mundo, pela forma como o resgate foi feito, muito profissional."
David Seath
Segundo ele, não é fácil manejar máquinas perfuradoras. No entanto, que como esse tipo de equipamento é utilizado na indústria petrolífera, hoje os técnicos têm muita experiência em posicionar as máquinas para obter mais precisão.
Desde o início da operação, os perfuradores sabiam que havia muitos problemas técnicos em potencial, entre eles, a instabilidade do solo – o que provocou o desabamento na entrada da mina que deixou os mineiros soterrados 70 dias atrás.
"As principais dificuldades na perfuração estavam nos primeiros metros, perto da superfície, onde a terra não está consolidada", disse Seath.
"Porém, uma vez que a perfuradora chega às camadas de rocha sólida, o furo perfurado se torna mais estável. E segundo as imagens do fundo do túnel que temos visto, podemos observar que não foi preciso colocar reforços porque a estrutura de rocha é sólida".

Fênix
Outro marco na operação feita na mina San José foi o desenho da cápsula Fênix.
Em outras partes do mundo, os equipamentos de resgate nas minas consistem de jaulas simples de metal onde viaja uma única pessoa, mas não há sistemas de comunicação nem equipamento de oxigênio como havia na Fênix.
Apesar do sucesso na operação chilena, profissionais da indústria de mineração estão muito conscientes de que, todos os anos, centenas de mineiros morrem no mundo devido às más condições de segurança nas minas.
"Em cada desastre, lições são aprendidas", disse Seath.
"Talvez, a operação na mina de San José nos ensine que, em qualquer mina, em qualquer parte do mundo, existe o risco de futuros desastres similares, a menos que se ponham em vigor regulamentos adequados de segurança".

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Museu da Ametista, no Rio Grande do Sul... Mostra diversas informações interessantes da mineração de geodos de ametista. Há visita virtual, legal para ver!

http://www.ametistaparque.com.br/

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Mina Naica e os cristais gigantes do México

Fonte: http://www.trilhaseaventuras.com.br/atividades/materia.asp?id_atividade=11&id=179

A mina de Naica, no México, é conhecida pelos seus cristais extraordinários. Em grutas gigantes os exploradores encontraram cristais de selenite com um metro de diâmetro e quinze metros de comprimento. Conhecida como a Gruta dos Cristais Gigantes, encontra-se a 305 metros de profundidade. Os cristais são resultado da emanação hidrotérmica das camadas magmáticas inferiores.



Nesta época em que poucos acontecimentos nos assombram, a natureza nos brinda com uma extraordinária e única oportunidade para admirar, conhecer e proteger, um local excepcional, uma maravilha única de nosso planeta por sua grande beleza, valor geológico e científico: as Grutas de Naica, localizadas numa área de exploração Mineral, no estado de Chihuahua ao norte de México.



Essas grutas, com temperatura de até 60° C e umidade de 100%, o berço dos cristais gigantes! Uma floresta de cristais, os maiores do Planeta. Um lugar além da imaginação, além de qualquer sonho...




Cristais naturais, os maiores da terra, foram descobertos em duas cavernas de uma mina da prata e zinco, em Naica, estado de Chihuahua, México. Alcançando comprimentos de até 14 metros, os cristais facetados são composto de selenita, um tipo de gesso translúcido, cristalino.
Os maiores cristais de Selenita do mundo!



 
Uma das maiores jazidas de zinco e prata do mundo, as minas de Naica, no México, está trabalhando para que os seus cristais extraordinários sejam conhecidos. Nelas, existem grandes câmaras a vácuo, onde foram encontrados cristais de selenita (gipso) gigantes, medindo de 3 a 4 metros de diâmetro e de 11 a 14 metros de altura. A câmara que abriga estes cristais ficou conhecida como "A Gruta dos Cristais Gigantes" e localiza-se aproximadamente a 290 metros abaixo da rocha de pedra calcária da mina. Os cristais foram formados pelos líquidos hidrotermais que emanaram das câmaras de magma abaixo. A caverna foi descoberta quando os mineiros estavam perfurando a falha de Naica, preocupados que a mina fosse inundada. "A Gruta das Espadas" é uma outra câmara na mina de Naica, contendo cristais similares.




Em abril de 2000, os irmãos Eloy e Javier Delgado encontraram o que peritos acreditam ser os maiores cristais do mundo, ao explodirem um novo túnel, a quase 300 metros abaixo da mina de prata de Naica, em Chihuahua do sul. Eloy, que tem quarenta anos de idade, escalou uma pequena abertura entre as rochas, até atingir a caverna, bloqueada com cristais imensos! "Era bonito, como a luz refletida por um espelho quebrado", disse ele. "A visão dos cristais translúcidos entrelaçados uns sobre os outros, era fantástica! Como se estivessem ali apenas aguardando que lhe examinassem o peso e a substância". Um mês depois, uma outra equipe de mineiros de Naica, encontrou uma caverna maior, ao lado da primeira.



Segundo Fisher, os proprietários da mina e o governo local, esperam evitar a remoção de peças dessa descoberta, para exposições em museus ou coleções particulares.
Atualmente, a companhia de mineração limitou a visitação das cavernas aos peritos e cientistas. Caçadores de minerais destruíram passagens e quebraram as câmaras por duas vezes, desde que foram descobertas. Além do calor, o ambiente é perigoso. De acordo com o Fisher, um minerador tentava levar um cristal gigantesco para fora, quando um outro caiu e o matou.
Quando a extração dos minérios de Naica já não for viável, a mina será fechada e as cavernas serão submergidas - e os cristais começarão a crescer outra vez.




A cidade de Chihuahua é a capital do estado mexicano de Chihuahua, com uma população de aproximadamente 748.551. A atividade predominante é a industrial.
A mina de Naica encontra-se a 100km ao N.E.
Chihuahua, México, lar de duas cavernas quentes que contêm os maiores cristais naturais do mundo... O primeiro cristal de selenita retirado da caverna para estudos, tem 11 metros de comprimento e pesa 55 toneladas.

A ciência explica

Os cientistas acreditam poder explicar a razão pela qual os cristais de gesso encontrados perto da cidade de Chihuahua, no norte do México, chegam a alcançar mais de 11 metros de altura.
Analisaram pequenas quantidades de fluido contido nos cristais e descobriram que a solução se manteve durante muito tempo dentro de uma faixa de temperaturas muito estreita e estável. As duas grutas estudadas - dos Cristais e das Espadas - encontram-se no complexo mineiro de Naica, um dos mais importantes depósitos de prata e chumbo do planeta.
Com 290 metros de profundidade, a gruta dos Cristais exibe estruturas que chegam a medir mais de 11 metros de altura. Descoberta no ano 2000, a cavidade é uma das maravilhas naturais do México. Já a gruta das Espadas, descoberta em 1912, encravada a 120 metros de profundidade, tem um volume maior de cristais, mas as estruturas chegam a apenas um metro de altura. As conclusões da pesquisa foram publicadas na revista científica "Geology".
As estruturas são compostas por sulfato de cálcio hidratado, geralmente quebradiço e de cor branca, formado junto com outros minérios há mais de 20 milhões de anos, resultantes da actividade vulcânica.
Por causa de fluidos quentes injectados nas cavidades das rochas, este sulfato tomou a forma de anidrite, que tem a mesma fórmula química do gesso, mas sem água. Quando a camada profunda de magma sob a montanha de Naica arrefeceu, a temperatura dos fluidos baixou a um ponto que permitiu à anidrite converter - se em gesso.
Como a gruta dos Cristais está a uma profundidade maior que a das Espadas, a temperatura manteve -se apenas um pouco abaixo da temperatura de transição por centenas de milhares de anos. "As condições eram perfeitas. Se a temperatura se mantém a pouco menos de 58 ºC durante muito tempo, formam-se cristais muito grandes", disse um dos pesquisadores, Juan Manuel García Ruiz, da Universidade de Granada, em Espanha.
Já na gruta das Espadas, a temperatura caiu abaixo do ponto de transição com muita rapidez, o que gerou mais cristais, mas de um tamanho menor. O gesso cristalizado toma a forma de selenita, conhecida por sua transparência.

http://www.youtube.com/watch?v=9k22meEcTBM&feature=player_embedded

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

INTRODUÇÃO À MINERALOGIA

* Extraído do Material Didático de Mineralogia desenvolvido pelo Prof. Dr. Antenor Zanardo (DPM/IGCE/UNESP RIO CLARO).

    No planeta Terra (e em outros corpos celestes) a matéria (formada por elementos químicos) é encontrada de forma ordenada, de acordo com leis naturais, formando os minerais e mineralóides, substâncias estas que constituem as rochas, sedimentos e solos. Estes materiais são utilizados pelo homem de diferentes maneiras e com diferentes objetivos, portanto, para um perfeito entendimento do nosso planeta, bem como do universo, necessitamos de conhecimentos básicos de mineralogia.

    Para entendermos a mineralogia necessitamos ter certa noção de que a massa, no universo, apresenta-se de duas formas básicas: como radiação (fótons) e como matéria. A massa constituída por átomos apresenta-se em três estados físicos de agregação: gasoso, líquido e sólido. O estado físico de uma matéria varia de acordo com as condições do meio em que se encontra, sobretudo, temperatura e pressão, podendo ocorrer, independentemente de sua composição química, nos três estados físicos colocados acima, a exemplo da água.

     A mineralogia, como ciência, surgiu no âmbito da disciplina que desde o Renascimento até ao início do século XX foi conhecida por História Natural. Os minerais eram vistos como parte dos produtos da natureza, e a sua diversidade, e o conhecimento de que eram os blocos constituintes das rochas, levou a que considerável esforço fosse dedicado à sua coleção, catalogação e nomenclatura, seguindo de perto os esforços taxonômicos desencadeados nos diversos ramos da Biologia.

   A primeira abordagem científica autônoma da mineralogia surgiu com Georg Bauer (1490-1555), um humanista e homem de ciência da Saxônia, que latinizou o seu nome para Georg Agricola, que, a partir da observação dos produtos da mineração alemã, iniciou a sistematização do conhecimento dos minerais. É por isso justamente conhecido como pai da mineralogia.

   A partir daí, o interesse pela mineralogia expandiu-se rapidamente. Cerca de um século depois já era comum, nas cortes européias e nas nascentes academias de ciências, existirem Gabinetes de Mineralogia, onde extensas coleções de minerais eram mantidas e estudadas.

   O passo seguinte deu-se com os avanços na cristalografia, nos quais assume particular relevo o postulado dos índices racionais por René Just Haüy e todos os desenvolvimentos teóricos que esta descoberta desencadeou. No século XX, com a disponibilização de técnicas como a difração de raios X, de nêutrons, elétrons, entre outras, foi possível estudar a estrutura atômica dos minerais, fazer cálculos e obter modelos tridimensionais do arranjo atômico, bem como do comportamento físico dos minerais ou cristais.

   Com isso, a mineralogia abandonou a sua visão puramente taxonômica e cristalográfica, para se diversificar em múltiplas áreas da Química e da Física, com destaque para os campos vulgarmente designados por ciência dos materiais, química inorgânica e física do estado sólido. Esse conhecimento tem possibilitado o perfeito entendimento da arquitetura da matéria, aspecto essencial para o perfeito aproveitamento dos recursos naturais, bem como para o desenvolvimento de produtos e processos que contribuem para o bem estar da humanidade.

    A título de exemplo, a determinação precisa das propriedades elásticas e de resistência à degradação dos minerais possibilitou uma melhor compreensão do comportamento mecânico das rochas, aspecto que possibilitou obter informações mais precisas sobre os terremotos, inclusive cálculos precisos (foco dos terremotos, propagação das ondas sísmicas, etc.). Estes dados contribuíram efetivamente para conhecimento da estrutura e dinâmica do planeta, bem como para a tentativa de prever catástrofes naturais, terremotos, vulcanismo e suas causas.

    A preocupação taxonômica que dominou a maior parte da história da mineralogia, e que ainda é importante na comunidade científica, levou ao surgimento da Associação Mineralógica Internacional (IMA), uma federação das organizações representativas dos mineralogistas nos diversos países e regiões. As suas atividades incluem o registro e controle dos nomes dos minerais (através das Comissões de Novos Minerais e de Nomenclatura Mineral), a garantia de localização, acessibilidade e registro do espécime tipo utilizado para a descrição dos minerais conhecidos, e outras tarefas destinadas a garantir a homogeneidade das designações e a fidelidade das descrições.

    Atualmente estão validadas pela IMA mais de 4000 espécies de minerais. Destes, cerca de 150 são considerados comuns (quartzo, feldspatos, moscovita, talco, biotita, calcita, etc.), outros 50 são ocasionais (ouro, molibdenita, prata, etc.) e os restantes considerados raros ou extremamente raros. Alguns minerais, como o quartzo, feldspatos, zircão e apatita apresentam uma vasta distribuição geográfica e petrológica, enquanto outros ocorrem de forma muito restrita, sendo que a maioria dos espécimes descritos foi encontrada em poucas amostras, provenientes de locais específicos do planeta, conhecidas somente por alguns pequenos cristais.



  

Orientações Gerais sobre o Blog

Nas próximas semanas estarei atualizando o blog, com o conteúdo das aulas ministradas, textos de apoio, curiosidades sobre aspectos da mineralogia, dicas de links e também sobre os trabalhos desenvolvidos na Geologia e Engenharia de Minas. O Título da Postagem indicará o tipo de conteúdo. Avisos específicos para as turmas serão destacados!

Boas Vindas Segundo Semestre 2010

Desejo dar as boas vindas aos alunos que estão cursando, neste segundo semestre do ano, a Diretiva de Mineralogia. Será um prazer guiá-los no aprendizado dos conceitos básicos de Cristalografia e Mineralogia!

Qualquer dúvida ou sugestão, favor escrever para
carolina.roveri@unifal-mg.edu.br